Infelizmente no mundo Ocidental, não educamos para a perda, derrota, frustração, dor ou a morte. Vivemos como se estes assuntos jamais existissem. Mas eles existem, e precisam ser trabalhados com as crianças. Falar sobre as amarguras é uma forma de legitimar esses sentimentos, fazendo com que a criança aprenda a lidar com eles, assim como lida com a alegria.
Quanto antes os pequenos aprenderem que perdas fazem parte da vida, mais cedo serão capazes de elaborá-las da maneira mais favorável possível. Ganhar é divertido, demonstra o êxito, mas perder, demonstra a capacidade de arriscar, de participar, e isso também é louvável.
Educar para aceitar as perdas é fundamental para desenvolver habilidades socioemocionais. Devemos ensinar para as crianças o “sim”, mas também o “não”, pois somente quem aprendeu o "não", saberá mais tarde dizê-lo.
Como trabalhar essas habilidades na Educação:
- Temos na grade curricular a Disciplina de Inteligência Emocional, onde falamos de sentimentos, sensações e formas de expressá-las. Falar sobre as emoções, aprender a ouvir o outro, também são formas eficazes de desenvolver habilidades sociemocionais.
- A temática não se restringe a uma única disciplina. A Inteligência Emocional está presente durante todo o processo de aprendizagem: ao trabalhar a autonomia da criança, sua capacidade crítica de reflexão e argumentação, por meio dos jogos cooperativos, das modalidades de dança, futebol, na música, nas artes, no teatro e na robótica.
- Priorizamos atividades colaborativas e trabalhos em grupo, estimulando a lidar com o outro, com as diferenças de opiniões, aprender a escutar e a se colocar.
- Por meio dos “combinados” com as turmas, em que todos opinam, conhecem e seguem as “regras” para uma boa convivência na escola e em sala de aula.
- Por meio da afetividade: a criança precisa ser ouvida, precisa de colo, de abraço, de acolhimento.
- Por meio do brincar livre: ter tempo para correr, interagir, lidar com diferentes situações, até mesmo de conflito com os colegas. Muitas vezes avaliamos de forma negativa o conflito, mas ele é uma ótima oportunidade para falar sobre as diferenças e o respeito ao próximo. Por meio dele, aprendemos a resolver problemas e criar ideias em benefício do grupo.
